Varanasi esta para os indianos assim como Pashupatinath esta para os nepalenses(?): ambas cidades sagradas, com rios sagrados nos quais cremacoes sao realizadas. A cidade do Nepal e bem menor do que a da India, os gaths tambem, praticamente inexistentes, nao vi ninguem entrar nas aguas para se purificar e as imagens que vi por la foram muito mais fortes.
Na beira do rio, logo na chegada, existem diversas piras com os cadavers sendo cremados, da para ver tudo, detalhadamente. Em um Segundo momento, depois de uma ponte que leva ao um templo dedicado a Shiva, ha a escadaria na qual e realizada uma cerimonia antes da cremacao. Ao redor do rio diversas familias realizavam cerimonias ou rituais em nome do parente perdido. Para nos, ocidentais, as imagens sao bastante fortes, mas para os Hindus a morte e uma passagem da vida, como deveria ser para nos tambem, e todos agiam com calma e serenidade no momento do ultimo adeus a pessoa querida.
Caso alguem va para Kathmandu e queira visitar o local, a cidade fica bem proxima ao aeroporto, aproximadamente uns 5 minutos de carro.
Por falar em Estupa, em Kathmandu, no Nepal, logo nos meus primeiros minutos ja fui visitar mais uma. Boudhanath e a segunda maior do mundo e tem o plus: os olhos de Buda! Nao, nao era Festa Junina, as bandeirinhas tratam-se de rezas do Budismo e, diz a tradicao que, conforme o vento bate nelas as rezas sao espalhadas com o vento. Alem disso, outro plus que eu nao vi na estupa de Varanasi foram as rodas de oracao que percorriam toda a volta. Cada giro que a gente da em uma roda equivale a 10.000 oracoes. Admito que achei ate pratico, rodei todas as rodas (redundancia!) nas minhas tres voltas e assim ja devo ter uma reza por dia apra os proximos 10 anos ou mais. Brincadeiras a parte, este local tambem e alvo de peregrinacoes de muitos monges e, mais uma vez, que paz que a estupa me deu! Fui na hora do rush das oracoes, entao o local estava bem tumultuado, por outro lado, muito mais legal ver fieis por la do que um montao de turistas! Alias: pessoal, estou no Nepal!!!!!! (Essa falta de computador deixou os posts tao atrasados que alguns provavalmente nao sabiam que mudei de pais…)
Alem de importante para os Hindus, a regiao proxima a Varanasi tambem e um local peregrinacao para os Budistas, ou seja, ja perceberam como a regiao e sagrada! Depois do Ganges vale visitar uma estupa super antiga na vidade de Sarnath (pertinho de Varanasi). Alem da estupa, a arvore onde Buda fez seu primeiro sermao para seus seguidores tambem la. Particularmente, eu nunca tinha visitado uma estupa e, sinceramente, nunca tinha ouvido falar a respeito. Juntei-me aos monges e tambei dei tres voltas ao redor dela. Foi engracada a sensacao de paz que eu senti, mesmo sem saber grandes detalhes a respeito da religiao. Na verdade, enquanto dava as minhas voltas, refleti no quanto era estranho ver um pais no qual tanta fe esta envolvida e, mesmo assim, nao ha conflitos nem problemas, como alias deveria ser em qualquer lugar. Essa e a India, a terra de todas as terras, patria da lingua mae (sanscrito) e berco de tradicoes e de liberdade de religioes!
Nota: como voces sabem o meu computador morreu em Varanasi - acho que o clima espiritual da cidade afetou o aparelho... rs. Enfim, bola pra frente, mas a partir de entao os textos ficarao sem acentuacao nesse teclado, pelo menos enquanto o Business Center do hotel for o meu unico meio de atualizar o blog! Varanasi, a cidade sagrada dos Hindus, meu ultimo destino na India e com certeza um dos que mais me tocou. A cidade e importante, pois por ela passa o famoso rio Ganges, rio tambem sagrado na religiao, manifestacao da Deusa Ganga, se e que lembro direito da explicacao (algum Hindu que estiver por aqui e quiser corrigir, fique a vontade). Com isso, a agua do rio serve para purificar a alma, digamos assim, e tambem por ser sagrada muitas familias vao ate la para cremar e jogar as cinzas dos parentes. Para chegar no rio, alem de um caminho super apertado e concorrido em ruas tumultuadas, descemos escadarias, ou os Ghats, e assim temos acesso a agua! Aproveitando, a fama do Ganges para nos brasileiros e a de que podemos encontrar corpos boiando no rio. Vamos explicar. Criancas e sacerdotes, por terem a alma pura, nao precisam ser queimados, portanto o corpo e jogado inteiro. Uma familia mais pobre, que nao tenha dinheiro para comprar bastante ou sequer alguma lenha, acaba por jogar no rio o corpo parcialmente queimado, ou as vezes ate sem cremacao alguma. Por isso a ma fama destas aguas em Terras Brasilis. Por outro lado, nao vi nenhum corpinho boiando, entao muito tambem vai do exagero das pessoas e do mito que foi criado com isso. Logo pela manha, muitos turistas fazem um passeio que foi o que eu fiz: entra em um barco, antes do sol nascer, e pelas aguas vai acompanhando os fieis fazendo ritos, banhando-se e purificando-se nas aguas do Ganges. Passei tambem pelo Gath onde os corpos sao cremados, mas nao podemos descer la, ou pelo menos nao quisemos. Sinceramente, eu vi tanta demonstracao de fe que foi de arrepiar a alma. Para falar a verdade nem no Vaticano eu vi tanta gente emocionada como eu vi por la. Foi fantastico!!! Alem disso, no meio do passeio, meu barquinho teve a honra de receber um sacerdote Hindu, que fez oracoes e nos deixou ornados de colares, pulseiras e preces, mas isso, meus queridos, fica para um proximo post!
Ontem a tarde tive uma experiência bastante interessante. Talvez eu não tenha falado, ou dado muita ênfase, mas desde Nova Delhi tenho viajado com um guia local. Agora estou em Khajuraho, cidade onde ele mora.
Ontem a tarde fui visitar a loja/casa dele e conheci a família dele. Foi interessantíssimo ver na prática uma família indiana, onde as noras moram com a sogra e todos trabalham na loja do sogro, homem da casa. A mãe dele deu uma breve aula de como fazer arroz e depois, claro, ele foi servido, junto com samosas (pastel indiano) e o delicioso chai. Sem contar que, enquanto os comes e bebes não ficavam prontos, fiz uma super compra na lojinha, incluindo um sari vermelho maravilhoso!
É uma família muito fofa. Particularmente, eu sou super fã do meu guia, o Nick, e agora também sou admiradora da família dele. Vou mostrar em fotos um pouco do que aconteceu ontem! Que familia maravilhosa!!!
Nick e a filhinha Arraina (Rainha)
Aula de culinária
Ingredientes e algumas Samosas
Nham!
A loja!
=)
Ganhei até um terceiro olho!
Iuhu!! Indiana!!
Nora, sogras e crianças! No fundo, os homens da casa!
Salve, salve, estou de volta! Fiquei um dia sem internet, pois estive em um vilarejo chamado Orchha! Este povoado localiza-se entre Agra e Khajuraho, local onde estou agora. Vamos deixar claro que quando eu falo de um vilarejo na Índia a grande diferença é o tamanho dele, comparado às outras cidades daqui, pois a infra-estrutura é baseada na da cidade grande indiana, só que em menor escala.
Enfim, a experiencia foi ótima para ter um contato mais próximo com a cultura local, ou melhor, é mais fácil apreciar o cotidiano indiano em um local pequeno. A viagem de ônibus rende um post a parte, mas resolvi fazer um intervalo dos assuntos de carro (no more tuk-tuk my friends) e mostrar um pouco da vida por aqui!
Orchha é composta por 99,9% Hindus, tem vaca na rua, macaco e tudo aquilo mais que um turista espera ver na Índia (isto inclui também o número 2 no meio da rua!). De atrações turísticas não há muita coisa, apenas um antigo palácio, fantástico, e o templo da cidade. O legal da situação foi mesmo observar o dia-a-dia dos moradores e os hábitos dos mesmos. Por exemplo, em uma das lojas que fui comprar bugigangas (hehehe) o comerciante me ofereceu até o típico Chai (chá indiano com especiarias). Fantástico! No primeiro dia, no passeio no centrinho do povoado, dei de cara com uma cerimônia Hindu, em frente ao templo. No dia seguinte, logo cedo, dentro do mesmo templo um homem lia versos de um canto sagrado, só que em um microfone ou sei lá o que era aquilo, que dava para ouvir a quilômetros de distância.
Enfim, fica aí um pouco do que eu vi em Orchha. O post vai ficar deixando um pouco a desejar, pois estou exausta, viajei 6 horas de ônibus, com direito a uma parada em um micro-vilarejo e muito chacoalho do. Pelo menos cheguei aqui e fiz uma massagem Ayureda e agendei uma consulta com o astrólogo do meu guia indiano, com direito a mapa astral, leitura de mão e tudo o que eu tenho direito... aguardem!!!
É truco!!! Mentira... eles estavam costurando mesmo!
Pois é... vim para a Índia toda animada, com meu acervo de coisas indianas, quaaaando me deparo com uma mega frente fria. Com direito a fog e tudo!!!!!!!!!!!! Mas vamos que vamos...
Tradução: "Com 14 graus, Delhi experiencia o dia mais
frio da estação"
"Foi a mais linda história de amor, que me contaram e agora eu vou contar, do amor do príncipe Shah Jahan pela princesa Mumtaz Mahal" (Jorge Ben)
Quando fiz meu mochilão pela Europa eu dizia que o ápice da viagem seria em Paris, nunca me esquecerei da emoção que foi para mim visitar aquela cidade. Na Índia esse mesmo momento eu sempre falei que se daria em Agra, naturalmente. O grande momento chegou!
Quem nunca ouviu falar do Taj Mahal? Mesmo que seja apenas na musica do Jorge Ben, todo mundo algum dia na vida ouviu falar desse lugar. O monumento ao amor, obra de Shah Jahan em homenagem a sua amada princesa Mumtaz Mahal. Uma das sete maravilhas do mundo e um dos lugares mais belos e impressionantes que já tive a honra de visitar.
É uma obra gigantesca, de mármore branquíssimo, encravada na cidade. Nas paredes e na parte interna há flores desenhadas, todas feitas de pedras preciosas e semi-preciosas. No centro descansa a princesa e ao seu lado o eterno e apaixonado Shah Jahan. Vale lembrar, para os desavisados, que o local foi feito para deixar os restos mortais da princesa, ou seja, é uma tumba e não um palácio bonitinho feito para ela! Como se não fosse tudo, ainda no complexo há duas outras obras bem imponentes, mas que com certeza não vão chamar muita atenção, pois lá dentro é difícil ter olhos para outra coisa a não ser o Taj Mahal!
Não há muito como descrever, só visitando o local para perceber a imponência do Taj. Viva o amor!
Pois é... quando fiz o outro texto sobre os Rickshaw (Tuk-Tuk) eu pensava que tinha sido a maior aventura da minha vida. Fui com muita sede ao pote, no dia seguinte percebi que a distancia entre um carro e outro, no Tuk-Tuk bicicleta, pode ser de apenas um dedo: dedo de perfil!
Fui passear na Old Delhi, como o nome diz, a parte antiga da cidade. Lá vi um lado diferente daqui, talvez o mais próximo da realidade. Vale dizer que foi a primeira vez que vi macacos nas ruas, também havia gatos (de eletricidade mesmo) e muitas outra emoções.
Infelizmente não foi possível parar para comprar nada, ou dar uma voltinha a pé. Quem achou o local um pouco tumultuado e apertado, fiquem tranquilos: esse foi o nível 1, vocês nem imaginam a minha situação agora (já não estou mais em Delhi!).
Aguardem os próximos posts, a verdadeira Índia está apenas começando!!! =)
