Place des Vosges

Place des Vosges

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Bi Campeão!

Inexplicável, inexplicável! Fiquem com alguns vídeos!!!


Fora do estádio
Torcida Fiel!
Meu grito com os fogos é o melhor haha


Entrada do time!!

É Campeão!





sábado, 15 de dezembro de 2012

Kyoto

Kyoto é uma cidade difícil de se descrever, mas de forma bem resumida e direta posso falar que é o que um turista espera ver e vivenciar no Japão. A cultura é bem forte e a disciplina e organização japonesas são marcantes. Sou um pouco suspeita para falar, pois me encantei muito pela cidade e criei um carinho especial por ela. Talvez por ter sido meu primeiro destino nesse país fantástico, ou então por ela ser encantadora mesmo. É a cidade perfeita, com tudo em ordem, tudo bem cuidado e preparado para oferecer uma qualidade de vida estupenda para os moradores e para deixar o turista de queixo caido. Parece que você está andando dentro de um bonsai e um jardim zen, tudo misturado, com a chance de encontrar gueixas pelo caminho, fantástico!
Ficamos 04 dias na cidade, sendo que em um fomos para Nara. O tempo foi suficiente para ver as principais atrações, mas com bastante dor nos pés no final do dia. Se eu soubesse teria ficado 1 dia a mais para curtir com mais calma, se você planeja visitar o local já fica a dica.
Vou tentar resumir os passeios, embora eu saiba que para o post não ficar muito gigante não vai dar para detalhar muito sobre cada local.
Dia 1 - Região de Arashiyama
Pegamos um trêm até lá, levou em torno de uns 45 minutos, o que foi uma boa experiência para observarmos o comportamento dos japoneses durante o trajeto - não preciso falar que é um comportamento exemplar! Chegando no local a onda de visitantes já te encaminha para os principais templos, um melhor que o outro. Outra dica é, depois que acabar o tour pelos principais atrativos, tente se perder em uma das ruazinhas, você vai se encantar com as casas japonesas, a tranquilidade das ruas e também é uma boa pedida para contemplar o cotidiano dos moradores da região. Seguem algumas de nossas visitas do dia.
Um restaurante logo na chegada, já dá para ter ideia do que a região vai nos oferecer

Templo Tenryu-ji

Bamboo Grove!

Gio-ji - o templo mais zen, para você sentar e refletir!



Okochi-Sanso



Dia 2 - Sul de Higashiyama
O marco da região é um templo gigante (Kiyomizu-Dera), no meio de uma montanha, com paisagem de tirar o fôlego. Lá também tem umas tais de pedras do amor (Jinshu-jinja), onde, diz a lenda que, quem conseguir andar de uma para a outra, sem olhar, terá sorte no amor. O problema é tentar brincar disso com as centenas de milhares de pessoas entre uma pedra e outra! Ainda na visita você vai conferir uma fonte na qual eles acreditam que a água tem poderes medicinais incríveis. Eu não quis testar, a Índia me ensinou que não é toda água que podemos beber hehehehe.
Rumo ao Kiyomizu-dera
Pedra do amor

Pedra do amor
Outra vista do templo

A água medicinal

Geixas

Nanzen-ji

Ginkaku-ji - templo de prata



Dia 3 - Norte de Higashiyama
Lá tem o templo de ouro (Kinkaku-ji), primo do Ginkaku-ji, que é de prata. Muito bonito, mas também lotado de excursões japonesas, tenha paciência!

Kinkaku-Ji
Templo de ouro (mesmo!)



Nara

Nada é uma cidadezinha perto de Kyoto, como estávamos hospedados por lá resolvemos fazer um dia de passeio para conhecê-la e, realmente, como todas as recomendações apontavam, é um passeio quase que obrigatório para quem está na região.
Para chegar lá basta pegar um trêm de Kyoto e em 40 minutos você terá uma experiência incrível ao chegar na cidade. Para começar, saímos de Kyoto com neve e estávamos preocupados com a condição do tempo em nosso destino, para a felicidade estava só (MUITO) frio, mas sem neve. Ufa! Logo na saída, o centro de informações de turismo já nos forneceu mapas e todos os detalhes necessários para realizarmos a visita e lá fomos nós em direção ao parque, já que todas as atrações estão lá. Ao chegarmos vimos um, outro e daqui a pouco milhares de veadinhos passeando livre leve e soltos. Todo o percurso, o dia todo é assim, eles andam tranquilamente, surgem por de trás dos templos, das lojas, das árvores e alegram o passeio.


Amiguinhos bambis na recepção!
E depois falam da Índia... hehehe
Alimentando com deer biscuit

Pardon, acabou!

São diversos templos budistas espalhados pelo parque, alguns mais turísticos, outros menos, alguns em funcionamento, outros só para tirar foto... idependente do que for, todos são fantásticos. Embora eu tenha visitado templos budistas no Nepal e na Índia aqui, em alguns casos, eles são completamente diferentes. Claro, tem a questão das ramificações da religião e tudo mais, mas resolvi deixar a dica, pois caso alguém não faça muita questão de conhecê-los, porque já esteve em algum outro lugar com templos e pense que é meio que a mesma coisa, não é e não deixe de visitá-los.
O auge do passeio foi em um templo, que infelizmente não lembro o nome (quando eu verificar no mapa atualizo o post), em que monges faziam as práticas enquanto visitávamos. Nós não os víamos, mas os ouvíamos e já deu uma sensação diferente. Para completar, andando pela lateral do templo, descobrimos uma espécie de cozinha, com chá grátis em um estilo self-service. Bebemos o chá verde ouvindo as orações, deu para sentir muita paz! Também, claro, não posso deixar de mencionar o Buda gigante no templo todai-ji, gigante mesmo, nunca ví nada igual - o único problema é que esse templo é muito turístico e barulhento.
Enfim, o passeio se resume a caminhar pelo parque e descobrir paisagens e locais religiosos, o que não deixa de ser uma super experiência, com uma paisagem incrível e mais um mergulho nas tradições religiosas e nas pacatas (pero no mucho) cidadezinhas japonesas.
Muito recomendado!


Tmeplo Kofuku-jié - Pagode logo na chegada e de 5 andares!
Entrada do Templo Todai-ji
Daibutsu - o Buda gigante - no Templo Todai-ji

O templo com mais paz e a salinha secreta do chá verde

Templo Kassuga Taisha


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mais um pouco da invasão

Uma árvore de Natal musical em Tóquio. Sim... invadimos a cidade e eles parecem gostar disso!



O Jogo!

Pois bem, eis que o dia do jogo chegou! Finalmente, afinal de contas se não fosse pelo Corinthians não estaríamos aqui!
Todo o cansaço, dinheiro investido (e bota dinheiro nisso!), 30 horas viajando e tudo mais foram recompensados com a emoção de testemunharmos a presença de nosso time aqui no Japão e fazermos parte da história!
O Japão está sim preto e branco, a torcida, como sempre, fez uma festa maravilhosa, caminhamos em direção ao estádio vendo crianças japonesas gritarem "Vai Corinthians"... realmente é impressionante a movimentação que cada um de nós está fazendo aqui! O time entrando no estádio, a música da FIFA tocando... não dá para descrever, espero compartilhar com vocês um pouco da sensação através de alguns vídeos que tentei fazer, mesmo sob tanta emoção e euforia!
Foi um aniversário e tanto, uma experiência e tanto, gostaria que todos pudessem estar aqui para ver!
Vai Corinthians!
Banzai Timão!
Até a próxima pessoal!


Rumo ao Toyota Stadium!
 
Entrando no estádio
 
Aguardando o jogo!
 
 A entrada! Desculpem a tremedeira hehe fortes emoções!
Rumo ao metrô no fim do jogo!
Momento que só o Japão e o Corinthians podem oferecer hehe
A placa dele dizia isso!



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mais um louco para o bando!

Por enquanto não encontramos muitos Corinthianos aqui no Japão. Alguns gatos pingados pelas ruas, dois jornalistas da SporTV no avião e os encontros do mundial até agora se resumiram a isso. Claro, estamos fora de Tokyo e chegamos com certa antecedência em terras niponicas, sabemos que amanhã começa a invasão de verdade e aí que o bicho vai pegar!
Pois bem, enquanto nossos amigos torcedores não chegam, porque não fazer dos moradores locais corinthianos também?
O felizardo de hoje é o dono de um restaurante de Nara. Ele foi deveras atencioso, serviu uma comida fantástica (katso de porco, seria coincidência?) e aprendeu a falar "Vai Corinthians"de primeira, sem gaguejar e sem errar nada, tudo muito natural! Por todos os quesitos positivos e pela simpatia ele ganhou o cachecol do Corinthians do Di e também um espacinho nesse blog!
Seja bem vindo ao bando de loucos!
Viva nosso amigo niponico e Vaaaaaiiiii Corinthians!!

Comunicação via tradutor do celular - e assim começa uma amizade!
Vaaaaiii Corinthians!

Presente!

O mais novo Corinthiano do pedaço e o Di!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Toirê - The king of the toilets!

Depois dos incríveis banheiros da Índia e do Nepal (http://www.aviagemcontinua.blogspot.jp/2012/05/nada-de-numero-2-na-india.html) tive que parar tudo para falar sobre algo digno do nome de trono: o banheiro no Japão - o Toirê!
Aqui no Japão, como todos sabem, tem tecnologia para tudo: a porta do carro abre sozinha, os objetos se interconectam misteriosamente, máquinas que fazem tudo para você, etc, mas o toirê é sensacional!
Vejam só: ele aquece o assento na temperatura que você escolhe e daí então se você quiser pode apertar o botão pedindo extra desodorante (dentro do vaso). Uma vez utilizado, você escolhe se a água da descarga é para líquidos ou sólidos, aperta o botão e, finalmente, mais um jato de desodorante! 
Só não me perguntem como proceder caso acabe a luz...
Beijos e viva o toirê!

Esse é o cara!

Escolha a temperatura

Extra bom ar?? Água para número 1 ou 2?

sábado, 8 de dezembro de 2012

Nós vamos invadir sua praia!

A pedidos: Di e Ca no Japão! O espírito de publicar a viagem no blog não era dos mais fortes, mas como já muito cobraram, nós cedemos! Como a decisão de bloguear só surgiu depois que já havíamos embarcado, não deu para fazer uma página personalizada, com fotos e tudo mais, mas vamos colocar aqui no "A Viagem Continua"mesmo!
Já estamos no Japão e para começar só temos a dizer: eta país longe! Que viagem!! Se alguém está vindo ou pensa em vir prepare uma boa dose de paciência e de entretenimento para o avião, parecia que não chegaríamos nunca!
Mas chegamos e orgulhosamente inauguramos a série de posts Di e Ca no Japão e Invasão Corinthiana em Tokyo!
Sejam bem vindos e até a próxima!
Banzai Timão!

OBS: sim, viemos aqui ver o Corinthians no mundial, portanto, obviamente, muitos textos serão sobre isso! Por outro lado, também vou publicar textos neutros sobre o turismo por aqui, pois sei que muitas pessoas (que inclusive cobraram as publicações) vão visitar esse blog e querem ler sobre outras coisas!
Aproveito a deixa para falar que brigas futebolísticas não serão toleradas nesse espaço na área de comentários, estamos combinados!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A Viagem (quase não ) Continua

Um semáforo fechado, três carros parados na esquerda e um na direita, três meninos na calçada, meu carro, correria, uma arma e um disparo. Foi assim que eu quase morri!
Dirigir em uma cidade violenta faz nos acostumarmos com certas limitações, como andar com o vidro fechado, evitar semáforos a noite, olharmos ao redor a cada segundo com ar de desconfiança e, no meu caso, que tão relutantemente evitei até ceder, um carro blindado. Com o tempo os limites se tornam rotina e os perigos existentes infelizmente tornam-se cotidianos: um sequestro aqui, um homicídio alí e sempre a esperança de que nada nunca aconteça com você.
Minha mãe foi vítima diversas vezes da violência da cidade, digamos que no currículo dela temos alguns sequestros relâmpago, meia dúzia de assalto a mão armada, furtos e diversos roubos de carro - as vezes com ela no local, as vezes não. Esse gene hereditário já se manifestou em mim de diversas formas, no meu caso foi um carro arrombado três vezes, dois assaltos a mão armada, dois furtos, uma pedra jogada no meu vidro com o carro em movimento e agora a minha última conquista do assalto a mão armada com disparo de arma de fogo.
Com toda essa expertise em situações perigosas, nesta manhã quando eu vi os três menores eu sabia que eu ia ser assaltada, eu sabia que eles viriam na minha direção, aquela velha sensação de "eu já ví esse filme antes". Criei coragem e me preparei para enfrentar a situação, respirei fundo, mantive a calma - calma aquela, ainda que mínima, que só um carro blindado pode te oferecer em uma hora dessas - e apliquei a tática de "mantenha essa droga de carro em movimento". Eles se aproximaram correndo, comecei a desviar vagarosamente do carro da frente e PAF! Um tiro!! Um zunido forte em meus ouvidos!!! Abri os olhos e vi que havia batido em um muro. O que aconteceu?
Foram alguns segundos para eu entender que, sim, a blindagem funciona, eu estava viva! Do meu lado esquerdo ele me encarava através das trincas do vidro baleado, os outros corriam para longe. Eles assustados do lado de lá, eu apavorada dentro do meu tanque de guerra. O atirador acabou fugindo com os outros, ao meu redor motoristas desesperados gritavam  para saber como eu estava, eu gritava dentro de mim para ter alguma reação, os testemunhas querendo fazer alguma coisa, mas apavorados o suficiente para não pisar fora de seus carros, fossem eles blindados ou não. 
Em minha memória ficará para sempre a cena da a bala vindo em minha direção, do barulho e a marca no vidro exatamente na direção da minha cabeça.  Infelizmente, nos olhos do meu assaltante menor de idade eu vi a prova de que o conceito de violência só existe para nós vítimas. Do lado dele trata-se apenas de um revolver, uma bala, um dedo, um gatilho e uma mira. Ele apertou sem titubear, simples assim!
Sei que há outras Carolinas, Marias, Ivones, Silvias, Fernandas e, também na ala masculina, Dirceus, Thiagos, Vitors e tantos outros casos que, por muitas vezes, podem ter um final mais trágico. A questão não é competir para ver quem passou pela pior situação, mas sim o fato de que coisas assim não são normais. Não é normal ser recepcionada com um tiro no caminho para o trabalho, quer o tiro acerte ou não, quer o carro nos proteja ou não! A unica coisa que consigo sentir é tristeza, como pudemos chegar a tal ponto?
Engraçado que no feriado de 12 de outubro enquanto eu via na televisão os devotos de Nossa Senhora Aparecida eu comentei com o Alê que eu queria ter um santo "para chamar de meu". Meu pedido foi uma ordem, três dias depois elegi a Santa Teresa de Ávila como minha protetora, santa do dia 15 de outubro, o dia em que eu renasci duas vezes - uma do disparo e outra da batida. Também vou carregar nesse meu renascimento a luz e energias positivas que as pessoas que gostam de mim me enviam todos os dias, as bençãos que recebi na Índia e toda forma de fé que evitaram o meu encontro precoce com a minha mãe onde quer que ela esteja.
Desejo sinceramente que ninguém passe pelo que eu passei, ou melhor, espero que a vida de vocês não os permitam vivenciar por qualquer forma de violência bruta e estúpida. Mais ainda, meu maior desejo é que encontrem uma solução para esse tipo de barbárie tão rotineira nessa cidade que eu amo tanto.
Enfim... foi um desabafo e graças a Deus como diz o próprio nome desse blog A (minha) Viagem (na terra) Continua! =)
Fiquem em paz!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dos tempos em que escrevíamos cartas

Eu não acreditava muito nessa história de quebra das fronteiras, achava tudo um exagero da mídia e das pessoas. Doce ilusão, as previsões foram confurmadas: tudo ficou próximo, a fácil acesso e, na minha opinião, menos misterioso. Na parte social então, com o avanço das tecnologias, especialmente a internet, essa questão ficou ainda mais acentuada. Acompanho dia após dia amigos se aventurando pelo mundo (inclusive eu) e que vira e mexe aparecem nas redes sociais, ou em blogs (cof, cof), contando em tempo real o que está acontecendo, provando com fotos, vídeos e textos. 
Apesar de tudo, como boa moça do século passado, concluo que felizes são aqueles que viajaram quando não existia nada disso.
Nas duas viagens mais longas que já fiz, daquelas de ficar mais de 06 meses fora, não havia nada dessa tecnologia, especialmente no meu intercambio, e é por causa dele que comecei esse post.
Era início dos anos 2000, mais especificamente no ano de 2001. Eu era uma das poucas privilegiadas entre meus amigos que tinha total acesso a internet em casa, o que não me deixava em vantagem no quesito comunicação quando fui morar fora. Aliás, uma notinha explicativa, meu e-mail é yahoo.com (sem o br) porque na época não existia yahoo Brasil. Non existe. No. Nada. Sorry. E era isso aí.
Mesmo nos EUA, que sempre foram mais avançados tecnologicamente do que nós, a internet era discada (barulhinho bizarro para conectar) e as pessoas acessavam os e-mail uma ou duas vezes na semana apenas para ver se havia alguma novidade. Meus amigos no Brasil não tinham e-mail. Para se ter ideia a minha escola de lá não tinha site, aliás, quase ninguém tinha site, e para contextualizar ainda mais a situação tecnológica da época, todos os meus formulários de intercambio eu tive que preencher na máquina de escrever. Faz 10 anos isso, por incrível que pareça, antes que vocês pensem que eu esteja falando da década de 50. Como as circunstâncias apontam, eu não tinha muita opção para falar com os amigos e família quando fui morar nos EUA: carta ou telefone fixo - caríssimo na época - e vale lembrar que o celular ainda estava engatinhando.
Pois então, simbora escrever cartas! Era divertidíssimo. Minhas cartas eram meus prêmios, quantas vezes eu não voltava da escola e corria para a escada que levava ao meu quarto, local onde minha host mother deixava todas as correspondências que vinham para mim, procurava os envelopes desesperadamente e que alegria era ver aquelas cartas me esperando! Claro, as notícias sempre vinham desatualizadas, mas era como receber um pedacinho de cada amigo, cada tia, minha família! A gente fazia uma confusão só, pois as vezes eu escrevia falando que estava triste e um mês depois vinha uma carta para me animar, mas quando ela chegava eu mal lembrava o que é que eu tinha escrito, pois tudo já estava bem. Ou então eu escrevia contando que o Halloween estava próximo, mas quando me respondiam, essa data comemorativa já havia passado há muito tempo. Sem contar que quando sobrava um dinheirinho, ou em datas comemorativas,  junto no envelope eu colocava lembrancinhas, doces, fotos (tinha que revelar as fotos - aiii era uma loucura) e em ações recíprocas meus amigos e eu dedicávamos momentos de nossos dias enfeitando o papel, o envelope e pensando muito antes de escrever.
Daí veio o 11 de setembro, ataque terrorista e a onda do Antrax que fez os correios americanos fecharem por algum tempo. Fiquei sem falar com as pessoas no Brasil por causa disso, as correspondências todas eram suspeitas e para mim foi um apagão da comunicação. Como foi triste! Eu nem me importava com as ameaças terroristas e o perigo do pó branco que vinha nos envelopes, eu só queria comunicação com o Brasil!! Com o passar das semanas o correio voltou a ativa e as cartas vinham em maços para mim, já que foram se acumulando durante o tempo em que o correio ficou fechado. O auge dessa comunicação no papel deu-se no Natal, quando minha mãe me enviou uma caixa com doces brasileiros, incluindo 3 potes de requeijão!!!!!!
Como era bom! Como era divertido! 
Apesar de todo saudosismo eu também sou fã da tecnologia e muito agradecida por todas as oportunidades que ela nos permite na questão da comunicação, o que inclui esse blog. Também acho menos sofrido receber uma resposta instantânea do que aguardar meses pelo correio, mas sinceramente eu também sou muito grata por ter experienciado a comunicação através de cartas na época em que morei fora. Apesar de todas as vantagens da internet, eu admito que eu sempre fui muito melhor em manter contato quando toda a coisa era feita no papel.
Minhas cartas, guardo todas!!
Esse post é especialmente para vocês, queridos amigos e família, que fielmente pararam manhãs, tardes e noites, durante meses, para me dar um sinal de vida, provados em papel, tinta e muito carinho. E também para você, viajante da era da tecnologia, espero que você também tenha tido a sorte de fazer relatos de viagem no papel e aguardar o carteiro ansiosamente!
God save the letters!
OBS: Esse post me lembra uma crônica do Antônio Prata em que ele diz que hoje o carteiro mudou de papel: antes ele era o portador das notícias, uma figura pela qual esperávamos ansiosamente, hoje ele é o vilão, só traz contas e problemas.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O trem do terror

Lá estava eu, há 2 meses e 05 dias fazendo mochilão na Europa, viagem que, pelos meus planos, ou falta deles, deveria durar 6 meses. Há alguns dias eu já coordenava a minha rota pensando em uma única preocupação: eu precisva renovar o meu visto da União Europeia.
Para quem não sabe, nós brasileiros recebemos um visto de 90 dias na Europa, isso é, se tivermos um histórico bom de entrada e saída nos países, ou se o oficial de imigração for com a nossa cara. Faça as contas e você verá que o meu prazo realmente estava prestes a expirar.
Na época o meu irmão estava estudando na Itália e estava com o mesmo problema que eu, com a diferença que ele chegara 10 dias na minha frente, ou seja, o prazo dele estava realmente na reta final.
Tínhamos algumas opções: Suiça, Escandinávia e Leste Europeu (leste leste mesmo), países que, quem não fugiu da escola sabe, não pertencem a União Europeia. Pois bem, conversamos e eu já descartei a Escandinávia, pois se as regras fossem como no Reino Unido, que eu já tinha tentado, para a imigração não vale como pisar fora da UE.
Nós realmente não queríamos nos aventurar na Bósnia, Romenia e países fronteiriços, então antes de entrar em panico fizemos um acordo: Eu estava na Alemanha, deveria encontrá-lo na Itália e como o trem passaria pela Suiça eu faria o teste se eles carimbariam ou não o meu passaporte. Ótimo plano, muito inteligente, porém nada feito. Entrei e saí da Suiça e nem meu passaporte olharam. Conclusão: "Di, vamos para a Croácia".
Lembrem-se, estávamos em 2005, não havia SmartPhones, GPSs eram caríssimos, a internet era precária e viajar era mais emocionante e misterioso do que atualmente. Para completar, para ser sincera eu nem sabia direito onde ficava a Croácia, só sabia que era o país mais próximo que estava fora da UE. Lá fomos nós, compramos o passe de trem Veneza - Ljubjana (Eslovênia) - Zagreb (Croácia) e salve-se quem puder, ou voltem para o Brasil imediatamente.
O primeiro trecho foi tranquilo, milhares de turistas voltando de lua de mel em Veneza, viagem curta, trem bacana, beleza. Quatro horas de espera na estação eslovena, altas horas da madrugada, chega o trem do terror. O Di só olhava para mim e o olhar dele já traduzia exatamente o que eu estava pensando "vamos mesmo ter que entrar nisso aí?". Combinamos que, devido à precariedade do nosso meio de transporte, ao horário e ao nosso caga** não conversaríamos em português lá dentro, aliás, não nos comunicaríamos, a não ser em uma situação de emergência.
Encontramos nossos lugares marcados e nosso único companheiro de vagão encontrava-se deitado em duas cadeiras, com a camisa levantada e coçando a barriga que estava a mostra. Olhou para a gente, fez cara de poucos amigos e continuou a coçar a pança. Sentamos em silêncio e assim ficamos.
Umas 4 estações depois percebemos que um grupo de atletas havia entrado no trem. Eram vários deles, todos com uniforme esportivo, carregando malas, bolas e equipamentos, falavam alto em uma língua não identificada. Alguns deles compartilharam o vagão com a gente, sentaram e começaram a beber. Na verdade eles já estavam bastante alcoolizados e mantinham a cachaça com altas bebedeiras a bordo. Eu nem olhava para o meu irmão, pois nos conhecemos bem e sabíamos que íamos cair na gargalhada.
Tudo corria divertidamente bem quando alguns desses atletas resolveram puxar papo com a gente na língua não identificada. Panico! O Di se fingiu de surdo, eu me fingi de desentendida, mas eles insistiam. Quebramos nosso acordo, conversamos com a equipe manguaça e quando perguntaram de onde éramos, par anosso espanto a reação deles foi:
- "Brazill!!!!! Ohhh, VOLLEY"
Oh yeah, esqueçam o Ronaldo, Pelé e Kaka. Realmente estávamos rumo ao leste. Brasil = Volei!
O tempo passava, eles bebiam e até o moço da blusa levantada e coceira na barriga entrou no papo. Bebado que é bebado fala de tudo, isso é universal, no trem rumo ao leste europeu não poderia ser diferente. Eles falava, caíam, brigavam entre sí, chamavam a nossa atenção até que finalmente o trem parou e o som das botinas dos policiais nos indicava que estávamos cruzando a fronteira. Viva!
Quando os oficiais de imigração chegaram na nossa cabine foi um caos total. Os esportistas já estavam tão bebados que não conseguiam ficar de pé, não achavam o passaporte, os policiais foram se irritando, eu, meu irmão e o amigo da barriga de fora fomos nos encolhendo, o técnico do time apareceu e nós só pensávamos em uma coisa: carimba meu passaporte pelamordedeus!
A situação parecia estar mais sob controle, o guarda veio em nossa direção quando um dos bebuns que caminhava pelo trem, tropeçou em uma mala e voou longe. Foi a gota d'água para o policial e eu não conseguia parar de rir. O policial sumiu, os funcionários da plataforma começaram a apitar indicando que o trem ia embora e nós começamos a suar imaginando que apesar de toda a aventura não saíriamos oficialmente da União Europeia. O trem deu uma andada, parou e logo apareceu em nossa frente uns três policiais. Eles olharam para mim (sempre eu, sempre eu!) e falavam alto e grosso na língua local. Eu não entendi e empurrei meu passaporte. Ele empurrou de volta em minha direção e falou alto e grosso de novo. Assim ficamos por alguns momentos, panico de novo, até que o bebado que quase foi expulso do trem apareceu e pensei "agora ferrou de vez". Para minha surpresa ele falou em um inglês macarronico:
- "Ele quer saber a sua data de nascimento"
Respondi em inglês. Os policiais falaram alguma coisa para ele e então ele me disse:
- "Não, ele quer ouvir a sua data de nascimento na sua língua local"
Com medo respirei fundo e em um alto e claro português eu disse: DOZE DE DEZEMBRO DE MIL NOVECENTOS E OITENTA E QUATRO.
Palmas! Sim... palmas, uma salva de palmas para mim, vinda dos três policiais, do bebum e do homem que coçava a barriga e que resolveu entrar na festa. O Di teve que fazer a mesma coisa e depois da salva de palmas do meu irmão nossos passaportes foram carimbados e estávamos oficialmente fora da União Europeia! Sinceramente eu penso que se os policiais tivessem uma máquina fotográfica esse seria o próximo passo.
Daí pra frente foi só festa, ficamos famosos e todo mundo do trem queria saber quem eram os Brasileiros que estavam no trem e que diachos fazíamos por lá. Conversamos com uma tonelada de pessoas e, para nosso alívio, a turma da bebedeira caiu em um sono pesado e no meio do caminho nós descemos em Zagreb.
Bom, depois disso tudo deu certo, passamos uns dias na Croácia, voltamos para a União Europeia e completamos as devidas viagens.
Bons e divertidos os tempos em que o leste europeu era um mistério a parte!
PS: as últimas notícias que tivemos é que hoje não se pode mais renovar o visto dessa maneira, agora é preciso realmente voltar para o Brasil, portanto se alguém planeja ficar um tempinho extra na Europa é bom se informar melhor a respeito.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Nada de número 2 na Índia!

Já viajei para mais de 25 países (momento do merchan!) e as dúvidas antes de partir sempre foram relacionadas ao clima, alimentação, transporte e outros ítens corriqueiros do nosso dia-a-dia. Quando fui para a Índia e Nepal eu sabia que o desafio ia ser maior, pois seria a minha primeira vez na Ásia, mas eu realmente não pensei foi no transtorno que seria ir ao banheiro. (Na verdade as mentes mais preconceituosas e limitadas made in Brazil me diziam que provavelmente o único banheiro que eu encontraria por lá seria na rua, ao ar livre e no meio de todos... tsc..tsc... sem comentários para vocês!)
Bom, convenhamos, banheiro não é um assunto tão bacana assim para ficar discutindo com os amigos ou perguntando a respeito, antes de ir para esses destinos exóticos eu só pensava no banheiro fazendo uma relação entre ele e o temor do piriri na viagem. Logo nos primeiros dias em terras indianas comecei a receber recomendações sobre o fato de usar o toilette público e enfim chega até mim uma explicação mais clara a respeito do assunto:
"O indiano se lava depois das necessidades, então você não vai encontrar papel higienico, mas sim uma torneira para se limpar" e eu fui ficando cada vez mais confusa. Aos poucos também descobri que por lá você JAMAIS faz as coisas com a mão esquerda, mesmo que você seja ocidental, pois é com essa mão que você faz essa limpeza pós-toillete. A conclusão que cheguei com isso tudo é que eu preferia garantir o meu lado usando apenas o banheiro do hotel (feito para turistas, iguais aos da minha casa) e esperava não ter que passar pela experiência de utilizar um W.C local.
Lógico que eu não resisti... eu tive que ir até um banheiro para conferir todo esse mistério e tudo foi confirmado: baldinho e torneira do lado de um buraco no chão - esqueceram de me contar que também não existe privada. Equipada do meu private-papel-higiênico (baldinho não!) fui lá eu testar a nova maneira de tirar a água do joelho e admito: é o máximo! Também confesso que se eu morasse na Índia eu faria um capricho na aula de pilates para deixar as pernas bem fortes, pois a posição não é para qualquer um não (hahaha), mas foi bem interessante!
Apesar de toda a empolgação com o assunto, graças a Deus eu não fiz a experiência em um momento number 2, aí já é para viajantes nível 5-extreme e eu era apenas uma turista de primeira viagem.
Pessoal, quebrem o preconceito, uma vez na Índia façam como os indianos, xixi de cócoras já! kkkk
Buraco + baldinho + torneira!

PS: Mais assustador que o buraco no chão era esse banheiro no Nepal com um butijão de gás. Isso sim dá medo! E mais bizarro que tudo isso é eu escancarar nesse blog que eu tirei fotos dos banheiros alheios!
Suicídio! Isso sim é assustador!


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Uma singela homenagem

Por três anos da minha vida estudei em um local horrível que, além de todas as coisas terríveis que passei por lá, havia uma mais insana que me chamava a atenção: uma parede com fotos dos formandos. Até aí, tudo certo. O que me causava tal frisson era o fato de que a cada 1 ou 2 meses aparecia na TV a notícia de jovens que morreram em acidentes de carro e em quase todos esses acidentes estava envolvido um ou alguns ex-alunos do colégio. Aos poucos as fotos da parede foram se transformando em guias para explicar quem é que estava no acidente: "Ah, sabe fulano que estava no capotamento? É aquele loiro da segunda foto de cima pra baixo e terceira da esquerda para a direita". Nos três anos que estudei por lá a história se repetia frequentemente e rezava a lenda que o pessoal receava se formar lá por causa da tal parede de fotos.
Há algum tempo escrevi aqui agradecendo os alunos da Universidade Federal de São Mateus, no Espirito Santo, por terem acompanhado de forma fiel o blog carolealenacopa. No mês passado, para quebrar a constância de posts sobre a Índia e Nepal, resolvi falar um pouco de uma cidade capixaba que conheci com minhas amigas em uma viagem de carro pelo Brasil. Há 15 dias saiu na TV a notícia de que 4 jovens desapareceram na BR 101, aquela mesma que eu escrevi no blog falando de Regência, a mesma que peguei com a Cris e a Elisa na nossa viagem. Por alguns momentos pensei na viagem que fiz com as meninas e entendi o real risco que corríamos soltas de carro por aí em uma estrada desconhecida. Depois refleti um pouco e cheguei a pensar que os jovens de São Mateus poderiam ser uns dos universitários que frequentavam o meu blog, colegas de faculdade da Cris, mas seria coincidência demais. Pois não... para nossa tristeza eram colegas dela que infelizmente sofreram um acidente na estrada e não estão mais aqui conosco hoje.
Toda essa história me fez lembrar da tal parede de fotos do meu colégio, seria o meu blog uma imitação daquilo? Escrevo um post e logo mais aparece na TV um acidente de carro envolvendo lugares e pessoas mencionadas aqui! Claro que trata-se de uma coincidência, assim espero, mas eu fiquei um pouco transtornada com essa história, ainda mais vendo minha amiga sofrendo horrores com tudo isso.
Enfim, fiz essa pequena pausa e esse pequeno texto sem pé nem cabeça para desejar muita força para a Cris, ao pessoal de São Mateus e aos parentes e amigos das vítimas do acidente. Eu sinto muito... força para todos!
RIP Amanda Oliveira, Marllon Amaral, Rosaflor Oliveira, Izadora Ribeiro e André Galão

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Caminhando em Dubai

Algumas cidades não são feitas para serem conhecidas a pé, definitivamente há diversos lugares do mundo onde o pedestre não é privilegiado. Não que isso seja uma coisa ruim, ou boa, aliás a ideia aqui não é discutir a estrutura dos lugares. Primeiro, porque não sou uma especialista em engenharia de tráfego ou urbanismo ou qualquer coisa que me permita fazer uma reflexão válida e profunda sobre o assunto. Segundo, porque a ideia do blog não é essa. Terceira, porque cada lugar é um lugar, você é um turista, adapte-se ou vá embora. Rá!
Enfim, quando estamos viajando e, principalmente, não preparamos e nem estudamos o destino, a gente só percebe que optar por um taxi é mais válido que gastar a sola do sapato, quando nos vemos em uma enrascada. Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo em Dubai.
Em um belo dia de sol (claro, a cidade está no deserto) lá fui eu fazer o primeiro passeio. Saí atrasada, como de praxe, e meu plano de ir ao Burj Khalifa de metrô teve que ser alterado, pois ele ficava bem longe do meu hotel, o bilhete de entrada tinha hora marcada e como eu não conhecia muito bem a cidade (e estava atrasada!!) resolvi não arriscar e, como diria meu amigo Brixton, fiz a linha Angélica: vou de taxi!
Deu tudo certo, subi no prédio, desci do prédio, tirei fotos, etc, etc e chegou o momento de partir para o outro lado da cidade. Como para isso eu não tinha hora marcada resolvi ir de metrô. Eis o início da enrascada!
Sem nenhum mapa na mão (eu tenho orgulho dos meus preparativos antes, durante e depois da viagem.. cof.. cof..), resolvi pedir informações. A simpática mulçumana me explicou "Vá em frente, vire a primeira a esquerda, caminhe e a primeira a esquerda de novo. Fique tranquila". Agradeci e comecei a caminhada. Alguns minutos depois eu percebi que me aproximava de uma espécie de rodovia, fiquei com medo e entrei em um hotel que estava no caminho para averiguar se eu realmente entendi a informação. Confirmaram, eu deveria continuar em frente, primeira esquerda, caminhar e primeira esquerda. Perguntei para uma terceira pessoa que mais uma vez me explicou a mesma coisa. Bom, então vamos lá.
O primeiro passo foi atravessar uma mega avenida sem faixa de pedestre, morrendo de medo disso ser uma infração gravíssima no país e ser parada pela polícia (isso aconteceu comigo na Alemanha). Atravessei, batimento cardíaco desacelerando e logo acelerando de novo, pois eu realmente estava prestes a andar na beira de uma rodovia-estrada-avenida-raio-que-os-parta que mais parecia a 23 de maio em São Paulo do que uma rua que pudesse me levar ao metrô. Para facilitar as coisas o limite de velocidade em Dubai deve ser bem amigável para os motoristas, pois cada carro que passava por mim trazia junto uma ventania. Medo!
Fazia uns 5 minutos que eu andava nessa beira de estrada, que logo se transformou em uma ponte, e eu só conseguia imaginar o papel de tonta que eu estava fazendo andando ali... naquela megarodovia... imaginando os motoristas que passavam por mim pensar "What the hell ela está fazendo aí"? Eu também pensava "Que diabos eu vim fazer aqui!", mas tentei aparentar toda a naturalidade do mundo, como se eu estivesse caminhando no parque. Foi daí que surgiu um vídeo!

Depois de mais ums 10 minutos de caminhada uma boa notícia!


Não foi a experiência mais bacana da minha vida, aliás, vale lembrar que durante toda a caminhada só tinha eu de pedestre por lá, mas quando eu fiquei cara a cara com a catraca do metrô eu admito que foi um dos momentos mais felizes da viagem! Pior é que não é a primeira vez na minha vida que faço isso em viagens... já caminhei com a minha mãe 1 hora para o lado errado em Chicago... já caminhei em uma highway em Tampa... e eu realmente passei a acreditar que enquanto eu não for atropelada, ou morrer de cãibra, eu não vou parar. Medo!
Se você estiver planejando uma viagem para Dubai, don't panic: esse é o único trajeto "atração turística-metrô" que você vai ter problemas para andar a pé, no mais dá para andar bastante e o metrô é deveras eficiente.
Por fim, apesar do trajeto tumultuado, no fim eu tive uma recompensa maior do que achar o metrô: fotos iradas do Burj Khalifa!
Até a próxima, fiquem em paz e comprem mapas, SEMPRE!

A recompensa!
Metrô meu amor!!!


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tantra, Kama Sutra y otras cositas mas...

UEPA!!! Enquanto eu estava aqui editando uma seleção de vídeos de uma cerimônia em Varanasi, resolvi fazer um tour pelo meu blog e percebi que faltou falar de Khajuraho! Bem... escrever eu até escrevi, mas foi apenas o relato do meu contato com uma família tipicamente indiana, fora isso faltou dizer o que raios eu fui fazer por lá!
Pois bem, só descobri quando cheguei, mas Khajuraho é a cidade do Kama Sutra!!! E foi com esse animo que o guia nos recebeu, para o meu espanto, já que estava tudo muito filosófico e místico até esse momento da viagem. Aliás, esse foi outro guia indiano sensacional, a única coisa que me atrapalhava com ele é que ele chamava Sono e eu não conseguia parar de rir, internamente é claro, pensando que Sono não combinava com Kama Sutra, mas vamos que vamos.
A cidade é até que pequena para os padrões indianos, o lado turístico conta com um conjunto de templos hindus medievais e foi lá que o passeio começou. Como já falei, a cidade é do Kama Sutra e os templos são todos decorados com as tais posições. Enquanto visitavamos os templos o guia nos explicava sobre as posições e o objetivo delas, o Tantra, ou seja, a busca pelo conhecimento e desenvolvimento mental e espiritual, etc. Para os meus olhos ocidentais... bem... aquilo era bastante cômico, parecia mesmo algo pornô, mas ele enfatizou tanto (tantra - tantra- TANTRA!) na tal busca do conhecimento, da perfeição e tudo mais, que mesmo sem entender eu aceitei a ideologia por tras de tudo aquilo. O melhor do passeio foram as explicações acerca de cada posição, já que elas estavam estampadas nos templos.... rolou até uma pausa para as risadas, pois não importa a nossa idade, nós ocidentais somos sempre mais adolescentes e conservadores quando o assunto é um homem e uma mulher pelados. Ou talvez os indianos sejam mais maduros para falar a respeito... sei lá... só sei que era engraçado!

Templos de Khajuraho

Decoração Kama Sutra

Eu avisei...

Eu avisei!!!
Dado o tour pelos templos fui para um outro canto da cidade conhecer um pouco do Jainismo! Fiz a visita pelos templos jainistas e aprendi um pouco sobre a base dessa filosofia/religião, que embora seja uma das mais antigas da Índia ela têm poucos adeptos na Índia... e também é pouquíssimo conhecida no Brasil. Ao invés de Shiva, Parvati, Krishna e todos os outros mais de 333 milhões de Deuses, a base da religião jainista se deu através de 24 fundadores/profetas. A grande descoberta para mim é que essa é a religião que conheci por lá que mais respeita a vida em todas as suas formas. Segundo explicações in loco, os jainistas mais dedicados chegam até a andar com uma vassourinha, para na hora de sentar varrer e não correr o risco de matar nem uma formiga e também com um lenço na boca, para na hora de falar não engolirem, talvez, um inseto ou qualquer coisa que possa entrar. Além disso, as restrições alimentares deles são inúmeras, pois além da carne, leite e ovo eles também não comem batata e, nos casos mais extremos, nem arrancam o fruto da árvore, comem apenas o que já caiu. Uma religião bem diferente, com princípios interessantíssimos, na minha opinião a mais zen de todas!! Dizem também por lá que os jainistas são os melhores comerciantes que você pode conhecer... acredito piamente, pois foi na loja de um deles que eu deixei cententas de dólares... rs... mas convenhamos, a loja era fantástica!
Até a próxima!!!

Templos Jainístas