Place des Vosges

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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2010 - O ano do impossível

Detesto retrospectivas pessoais: além de desnecessárias, pois quem sabe que foi importante deveria saber disso de outra forma, sei que somos seres em constante mudança e que as vezes exageramos nas considerações, dado que tudo que falamos (ou escrevemos) está relacionado à nossa emoção do momento.
Por outro lado, 2010 foi um ano pra lá de especial e não consigo pensar nessa despedida sem uma mensagem de obrigada!
A vida tem um jeito engraçado de nos ensinar as coisas, mas nos meus 26 anos de existência ela sempre me mostrou que me ensinaria as vezes até mais do que eu pudesse imaginar. Por essas e outras, sempre segui o que minha mãe me aconselhava, "paciência", e mais uma vez ela tinha razão. Esse ano tive o prazer de colher doces frutos que a minha paciência me rendeu, e são realmente docíssimos!
Quando perdi minha mãe a maioria das pessoas me dizia que minha cachorra viveria mais, no máximo, seis meses. Admito que eu também acreditei, pois em alguns meses ela desenvolveu um cancer de mama pra lá de agressivo (cancer, doença que, por sinal, levou minha mãe de mim). Com o tempo a Jessie foi adoecendo, piorando, caminhando para o pior dos caminhos possíveis, até que nesse ano eu tive o prazer de conhecer um fantástico veterinário. Primeiro ele me deu a esperança, alguns meses depois a cura da doença e no fim do ano tive a certeza da cura. O caminho não foi fácil, diria que sofridíssimo, mas eu não queria perder de novo alguém importante pela mesma doença. E não perdi. Onze meses e três cirurgias radicais depois, a Jessie está aqui, sã e salva.
Outra grande conquista foi o meu diploma na faculdade de Letras, um grande sonho da minha vida! Sei que muita gente não concorda com isso, mas era um sonho que eu sempre tive. Sem grandes torcidas e muito menos grandes expectativas, entrei nessa faculdade, sofri, me esforcei, me dediquei e, com um DEZ na monografia, consegui meu diploma! Não recebi grandes festas por causa dessa conquista, mas não há nada na vida como realizar um sonho, ainda mais um sonho em que se sonha sozinha (ou que sonhei, mais uma vez, com minha mãe, enquanto ela estava aqui)!
Descobri, também, que nem sempre o emprego dos sonhos é realmente aquilo que pensávamos que ele seria. Levarei a experiência e pessoas incríveis que por lá conheci, mas fica a decepção da empresa dos sonhos ter transformado tudo em pesadelo. Aprendi, com isso, que podemos sonhar mais alto do que podemos imaginar. Não nos subestimemos!
Encontrei minha "irmã" de intercambio, a Dilara. Ela veio ao Brasil, nos vimos finalmente depois de oito anos e percebi que, mesmo com a distância e o tempo, a essencia nunca muda!
Vi o Paul McCartney - preciso falar mais alguma coisa?
Conheci a África, FUI PARA A COPA DO MUNDO!!! Mais do que morar nos EUA, mais do que um mochilão de seis meses na Europa... EU FUI PRA COPA! Só quem vai para a Fifa World Cup sabe o que é, e eu NUNCA vou me esquecer. Se um dia eu puder escolher um lugarzinho no mundo para me mudar, tenham certeza que vou para a Cidade do Cabo!
Além de tudo isso, tive o prazer de contar com a minha família, de pai e de mãe, durante grande parte do ano. Foram aulas de informática para a minha avó paterna, trocas infinitas de e-mail com minha tia Silvia Melo, torcidas sofridas pelo vestibular de medicina da minha prima, orgulho interno pelo desempenho dos meus primos na nossa empresa de família, o casamento do meu primo Ju (que por sinal, foi o casamento mais lindo que ja fui na vida)... enfim, talvez muito do que me me rodeou esse ano pode ser resumido em uma palavra: família! Sim, família, aquilo que eu achei que nunca mais entenderia da mesma forma depois que me tornei orfã. Família! E eles são lindos, e todo o amor que eles me deram me deu estrutura para um ano com tantas emoções.
Sem contar que nesse ano falei, pela primeira vez na vida, com a verdadeira mãe da minha mãe. (Infelizmente não tive tempo de conhece-la, que Deus a tenha)
Quanta coisa aconteceu!
Poderia passar horas escrevendo, mas seria cansativo para vocês. Além disso, divido esse blog com o Alê e já ocupei muito espaço com meu egocentrismo.
Enfim: OBRIGADA!
Obrigada você, que de alguma forma dividiu esse ano comigo. Obrigada amigos, professores, orientadora, família e aqueles que, de alguma maneira, passaram pelo meu caminho nesse ano para lá de especial.
Ainda que sem nomes mencionados, saibam que cada atitude, cada gesto, cada situação ficou guardada e fez muita diferença para mim nesse ano.
Um enorme beijo e felicíssimo 2011!
Carol

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dançando pelo mundo

Meu irmão participa de um Encontro de Jovens no colégio Santo Américo. Durante o ano eles fazem mil atividades, sendo que uma delas é a gincana de natal com doações para o pessoal de Paraisópolis. (Di, me corrija se estiver errado).
Essa atividade de fim de ano inclui mil tarefas, os participantes são divididos em grupos e recebem algumas "missões". No ano passado me lembro que eles tinham que conseguir uma doação de alguém famoso, ou seja, no cheque da boa ação deveria estar algum nome como "Viviane Senna", "Silvio Santos", "Carolina Delamuta", etc.
Agora em 2010 a missão foi: gravar vídeos de pessoas dançando em frente a pontos turísticos do mundo segurando um papel escrito "Tangerina Atômica" (nome da equipe do meu irmão). Maaaas, não era qualquer dança, tinha que ser assim:

Eis a dança!

Como boa irmã e pessoa abandonada por amigas que foram morar em outros países (chuif....) resolvi colaborar e pedir ajuda. E não é que elas toparam? O resultado ficou MUITO divertido! Assim que a gincana acabar coloco para vocês o vídeo geral da equipe, mas por enquanto deixo para vocês as minhas amigas bailando por aí.

Além do mico, a história mais bizarra das gravações foi a da Julie: um cara leu a palavra "Atômica" e imaginou o que? Bem... ela foi acusada verbalmente de terrorismo... haha.. Julie e a Bomba Atômica, esse povo tem cada idéia... hahaha

Meninas: MUITO OBRIGADA!! Agradeço também os amigos, primos, maridos que ajudaram na gravação, produção e como figurante. E para os que receberam o e-mail mas não puderam gravar, obrigada de qualquer forma pela preocupação.

Divirtam-se!!!

Meninas botando pra quebrar

PS: Music by Paul McCartney

domingo, 28 de novembro de 2010

McCartney em São Paulo

Em outubro fomos surpreendidos com o anúncio de um show do Paul McCartney em São Paulo. Sim, boatos vem, boatos vão e finalmente a confirmação. Nossa alegria durou pouco, exatamente nove horas, tempo suficiente para que os ingressos se esgotassem pela internet e nós, claro, não conseguimos.
Inconsoláveis, preferimos não tocar no assunto nesse dia triste, até que apareceu uma luz no fim do túnel: haveria um segundo show, com mais 64.000 ingressos disponíveis e uma chance de sermos mais espertos e consegui-los. Não conseguimos de novo... mas o o meu pai sim (viva!), comprou para todos nós, e aí finalmente pudemos encher o peito e dizer em alto e bom som:

"Eu vou ao show do Paul McCartney"

E fomos. E foi muito bom. Foi sensacional. Não tem como descrever, só tem como sentir!
Antes do show gostaria de falar um pouco da minha história com os Beatles. Let it Be foi a música de casamento dos meus pais. É verdade, eu ví o vídeo e desde então quando a escuto na minha cabeça vem a imagem da minha mãe (saudades eternas) vestida de noiva, feliz da vida, de mãos dadas com o meu pai na festa de casamento. Depois eu nasci (juro!), e nas idas à escola meu pai colocava no rádio umas fitas (K7, sim, sou velha) do Beatles. Talvez tenha sido aí que eu conheci a maioria das músicas dessa banda. Anos mais tarde, depois de eu ter conseguido, com muita garra e determinação, me livrar de uma escola que eu detestava, conheci a música Blackbird, que me serviu como uma espécie de lema ("...take these broken wings and learn to fly..."). Depois, fui morar nos EUA. Quando voltei ganhei o CD 1 (The Beatles 1), que tinha acabado de lançar. Foi então que Beatles voltou de vez para mim, percebi que eu já conhecia MUITO e que eu gostava MAIS AINDA dessa banda. Por fim, entrei na faculdade e em nossas reuniões no Diretório Acadêmico ouviamos Abbey Road. Do começo ao fim. O tempo todo. Depois disso tiveram as viagens à Inglaterra, que por mais que a gente não queira, uma vez lá a primeira coisa que a gente pensa é "Putz, os Beatles eram daqui". Enfim, minha história não deve ser muito diferente das outras, mas uma coisa tenho certeza que vale para todos: Beatles nos lembra de bons momentos, talvez até os inesquecíveis. E também sem desculpas: É a melhor banda da história. E por essas e outras que o show do Paul McCartney foi muito importante para mim. Foi emocionante por demais e posso admitir que foi o melhor show que já fui na minha vida. Além de tudo, como foi bonito ver gerações tão distintas cantando em conjunto as mesmas cançõese compartilhando as alegrias e as emoções.
Deixo vocês com um videozinho bacana, direto do show, para vocês sentirem (ou lembrarem) a energia daquela noite.

Carol


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Na Natureza Selvagem

Dia desses fomos visitar grandes amigos, e todos sabem que com grandes amigos sempre temos grandes conversas.
O papo desse último encontro foi, como não poderia deixar de ser, sobre viagens. Papo vai, papo vem, e um DVD veio parar em nossas mãos. Na Natureza Selvagem (Into the Wild) é o nome do filme e aproveitamos o momento para indicá-lo também para vocês.
Me assistam!
O filme conta a história, baseada em fatos reais, de Chris, ou Alexandre Supertramp, que um belo dia resolve por o pé na estrada e ir para, nada mais nada menos, que o Alasca. Até aí tudo bem, a questão é que ele resolve ir sem lenço e nem documento. Sim! Sem um centavo no bolso, sem meio de transporte definido, sem roteiro e sem documento (nem RG ele levou).
Acredito que o filme não fala exatamente sobre a viagem, mas sim sobre as reflexões e posições do personagem principal sobre a sociedade de classe média alta da qual ele pertence. Muitas coisas o deixam indignado e por isso ele resolve partir para conhecer a essencia da vida: sem rótulos, sem tradições e sem status social. Admito que compreendo a posição dele e concordo com grande parte dela.
Fica aí a dica para este final de semana!

sábado, 13 de novembro de 2010

Tudo por uma viagem!

Essa vai para você que sonha em conhecer o mundo e acredita que jamais
conseguirá juntar dinheiro para tal fato. Calma!
Há aqueles que aderem temporáriamente a anorexia para economizar uma grana, outros que fazem empréstimos milagrosos com os avós ou pais (ou o banco) e ainda os que vão com a cara e a coragem. Já pensaram em utilizar o método Gugu?

Torta na cara!

Paris, a Cidade Luz, localidade da Torre Eiffel, museu do Louvre, rio Sena e... juntar grana pela Torta na Cara.
Sim!
Em meu primeiro dia em Paris, eu, Carol, ao chegar em Notre Dame, dou de cara com isso. Bem, a explicação agora parece óbvia, mas vamos lá: Sem avós, anorexia ou outro método, esse francês resolveu optar por essa brincadeira (divertidíssima). Funcionava assim:
Ele cedia a torta e você pagava o que quisesse (a partir de 1 euro) para dar a torta na cara dele. Motivo? Ele, e os amigos, queriam viajar mas não tinham dinheiro.
E você achou que era criativo, né?

Sejam bem-vindos!

Que começo turbulento: divulgações, comentários, expectativas e... nenhum texto! Estávamos planejando esse novo blog e tivemos muitas dúvidas sobre o que escreveríamos por aqui, então nada mais justo e prático do que iniciarmos com a nossa apresentação.
Depois de nossa viagem à África do Sul (http://carolealenacopa.blogspot.com) recebemos muitas mensagens de vocês, queridos leitores, exigindo de nós uma continuação. Descobrimos, dessa maneira, que nossa brincadeira de deixar os amigos atualizados se tornou um certo vício, em alguns casos, ou uma admiração, em outros. Não temos palavras para agradecer!
E daí surgiu a dúvida: ok, voltamos da África, então faremos um blog sobre o que?
Temos a resposta: viagens! Viagens em todos os sentidos! Mas lembrem-se sempre: temos aqui uma turista profissional (e acadêmica, ok, ok) e um mega expert em viagens e turismo (ou vocês acham que 13 anos na área é pouca coisa?). Resolvemos, então, misturar nossas viagens físicas e psicológicas nesse único endereço.
Esperamos superar as espectativas!
Um grande beijo e abraços,
Carol e Ale