Place des Vosges

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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Caminhando em Dubai

Algumas cidades não são feitas para serem conhecidas a pé, definitivamente há diversos lugares do mundo onde o pedestre não é privilegiado. Não que isso seja uma coisa ruim, ou boa, aliás a ideia aqui não é discutir a estrutura dos lugares. Primeiro, porque não sou uma especialista em engenharia de tráfego ou urbanismo ou qualquer coisa que me permita fazer uma reflexão válida e profunda sobre o assunto. Segundo, porque a ideia do blog não é essa. Terceira, porque cada lugar é um lugar, você é um turista, adapte-se ou vá embora. Rá!
Enfim, quando estamos viajando e, principalmente, não preparamos e nem estudamos o destino, a gente só percebe que optar por um taxi é mais válido que gastar a sola do sapato, quando nos vemos em uma enrascada. Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo em Dubai.
Em um belo dia de sol (claro, a cidade está no deserto) lá fui eu fazer o primeiro passeio. Saí atrasada, como de praxe, e meu plano de ir ao Burj Khalifa de metrô teve que ser alterado, pois ele ficava bem longe do meu hotel, o bilhete de entrada tinha hora marcada e como eu não conhecia muito bem a cidade (e estava atrasada!!) resolvi não arriscar e, como diria meu amigo Brixton, fiz a linha Angélica: vou de taxi!
Deu tudo certo, subi no prédio, desci do prédio, tirei fotos, etc, etc e chegou o momento de partir para o outro lado da cidade. Como para isso eu não tinha hora marcada resolvi ir de metrô. Eis o início da enrascada!
Sem nenhum mapa na mão (eu tenho orgulho dos meus preparativos antes, durante e depois da viagem.. cof.. cof..), resolvi pedir informações. A simpática mulçumana me explicou "Vá em frente, vire a primeira a esquerda, caminhe e a primeira a esquerda de novo. Fique tranquila". Agradeci e comecei a caminhada. Alguns minutos depois eu percebi que me aproximava de uma espécie de rodovia, fiquei com medo e entrei em um hotel que estava no caminho para averiguar se eu realmente entendi a informação. Confirmaram, eu deveria continuar em frente, primeira esquerda, caminhar e primeira esquerda. Perguntei para uma terceira pessoa que mais uma vez me explicou a mesma coisa. Bom, então vamos lá.
O primeiro passo foi atravessar uma mega avenida sem faixa de pedestre, morrendo de medo disso ser uma infração gravíssima no país e ser parada pela polícia (isso aconteceu comigo na Alemanha). Atravessei, batimento cardíaco desacelerando e logo acelerando de novo, pois eu realmente estava prestes a andar na beira de uma rodovia-estrada-avenida-raio-que-os-parta que mais parecia a 23 de maio em São Paulo do que uma rua que pudesse me levar ao metrô. Para facilitar as coisas o limite de velocidade em Dubai deve ser bem amigável para os motoristas, pois cada carro que passava por mim trazia junto uma ventania. Medo!
Fazia uns 5 minutos que eu andava nessa beira de estrada, que logo se transformou em uma ponte, e eu só conseguia imaginar o papel de tonta que eu estava fazendo andando ali... naquela megarodovia... imaginando os motoristas que passavam por mim pensar "What the hell ela está fazendo aí"? Eu também pensava "Que diabos eu vim fazer aqui!", mas tentei aparentar toda a naturalidade do mundo, como se eu estivesse caminhando no parque. Foi daí que surgiu um vídeo!

Depois de mais ums 10 minutos de caminhada uma boa notícia!


Não foi a experiência mais bacana da minha vida, aliás, vale lembrar que durante toda a caminhada só tinha eu de pedestre por lá, mas quando eu fiquei cara a cara com a catraca do metrô eu admito que foi um dos momentos mais felizes da viagem! Pior é que não é a primeira vez na minha vida que faço isso em viagens... já caminhei com a minha mãe 1 hora para o lado errado em Chicago... já caminhei em uma highway em Tampa... e eu realmente passei a acreditar que enquanto eu não for atropelada, ou morrer de cãibra, eu não vou parar. Medo!
Se você estiver planejando uma viagem para Dubai, don't panic: esse é o único trajeto "atração turística-metrô" que você vai ter problemas para andar a pé, no mais dá para andar bastante e o metrô é deveras eficiente.
Por fim, apesar do trajeto tumultuado, no fim eu tive uma recompensa maior do que achar o metrô: fotos iradas do Burj Khalifa!
Até a próxima, fiquem em paz e comprem mapas, SEMPRE!

A recompensa!
Metrô meu amor!!!


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