Place des Vosges

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sexta-feira, 2 de março de 2012

"Na Natureza Selvagem"

O leitor atento percebeu que um dos posts desse blog falava sobre um filme que leva o mesmo título!

Não dá para resumir a experiência amazônica em um único post. Na realidade, não dá para resumir experiências fantásticas em palavras, mas já que o objetivo desse blog é esse, vamos tentar fazer isso do melhor modo possível. A maneira mais didática que encontrei (olha o lado professora aflorando) foi dividir toda a viagem em posts temáticos.
Começaremos pelos passeios na floresta, e que floresta!!!!!!! Na área mais verde do MUNDO há, obviamente, uma cultura local muito interessante. Vou falar um pouco sobre as visitas, para sintetizar, pois já estou ficando confusa e vocês também já já vão ficar doidos com a minha confusão.
Eu seria incapaz de contar quantos estrangeiros já não me perguntaram sobre a floresta amazônica. Cada vez que me perguntavam eu achava:
1 - Tudo muito clichê 
2 - Ok, a Amazônia deve ser legal, mas calma aí!
3 - Vai para o Rio de Janeiro que vale a pena: mais rápido, prático e também é Brasil.
E em um belo dia eu entro em um barco e saio com destino ao centro do tal do "pulmão do mundo". No próprio barco o ribeirinho que nos conduzia ao hotel contava inúmeras histórias sobre a época da cheia, da vazante, dos igapós, igarapés... e nesse vocabulário todo novo eu percebi que ingressava em um outro universo. Quanta cultura, quanto Brasil naquelas terras!
Eu já tinha ouvido falar das cheias do rio, mas não sabia que era algo geral. Na minha concepção de má aluna, isso ocorria em algum lugar muito específico. Eis que eu chego na época da cheia, ou seja, na época da chuva, e é tanta água que parte da floresta fica submersa e o único meio de transporte é através de barco. Aliás, o maior, em alguns casos único, meio de locomoção por lá é pelas águas. Em muitos momentos, enquanto passeávamos na floresta dentro do barco, parecia inacreditável que debaixo daquela aguaceira toda estava um pedaço da floresta. E o mais engraçado é que muito da vegetação estava sim, parte em baixo d'água e parte fora, ao meu lado.
A questão da época de cheia também é uma "mão na roda", pois ao invés de andarmos horas e horas no meio do mato, ficamos sentados e de "porto em porto" fazemos visitas e realizamos passeios. Como nossa jornada era de apenas 04 dias, foi difícil encaixar todas as atividades possíveis, mas até que nos saimos bem.

Dia 1
Casa dos ribeirinhos
(cabuladores de aula: ribeirinhos são os que vivem na beira do rio, riacho, etc)
Fomos visitar uma família ribeirinha onde uma simpática senhora nos mostrou como eles vivem enquanto fazia tapioca com castanha do Brasil para saborearmos. No quintal da casa dela tinha árvore de açaí, cupuaçu e milhares de frutas da região. Embora eu saiba que essa família está acostumada a receber turistas, é interessante conversar com alguém extremamente local.

Casa do ribeirinho

Cupuaçu

Castanha do Brasil (também Castanha do Pará)
Açaí
E a tapioca quase pronta!


Focagem de Jacaré
A noite saímos de barco novamente e fomos focar jacarés no rio. Claro que estávamos sem lanterna, então dependíamoss o passeio todo dos turistas solidários que iluminavam as coisas para a gente. Deu um certo medo andar de barquinho no Rio Negro em uma noite de lua nova, breu total, admito! Enfim, o caboclo que nos acompanhava iluminava para lá, iluminava para cá e eis que o barco para. Parou, um caboclo segurou a lanterna e o outro PULOU NA ÁGUA E AGARROU O JACARÉ! Ok... um mini-jacaré, mas ainda que fosse uma lagartixa eu não entraria alí naquele horário nem por reza brava. O caboclo subiu no barco com o jacaré na mão e os mais corajosos tiveram a chance de também segurar o anfíbio. Depois ele nos ensinou a fazer a focagem já que até então eu não estava entendendo como ele encontrou o bicho com uma lanterna no meio do nada. Para quem não sabe, quando você ilumina um local que tem jacaré, você deixa a luz tem que estar direta para eles e os olhinhos dele brilham, são dois pontinhos vermelhos no meio do nada. O caboclo nos mostrou, eu ví milhares deles e graças a Deus era hora de voltar... já pensou aquela canoa afunda? Oh my...
O guia explicando mais sobre o baby jacaré
Meu herói! hehehe


Dia 2
Passeio na floresta
A canoa parou em algum lugar da Amazônia, nós descemos e simbora para a caminhada! A mata era realmente fechada, uma trilha bem "rústica", com fauna e flora encantadoras! Caminhamos por cerca de 1h30, com paradas para explicações sobre as árvores, armadilhas, pegadas de animais e outras curiosidades. Como a floresta é linda, linda!! Viva a natureza! E viva o repelente!!!!!!!

A natureza é nossa!!!
O guia Raimundo Praia faz todos degustarem frutos da floresta!

Fim da trilha, os barcos a nossa espera
Pesca de Piranha
Já que é água para tudo quanto é lado, vamos pescar!!! Além de eu nunca ter participado de uma pescaria, a maior emoção foi fazer tudo isso em meio a uma "chuva torrencial", daquelas de encher ainda mais os rios amazônicos. Alimentei todos os peixes com minha isca, ou seja, não pesquei nenhum... ok, legal, está valendo... piranha não é o meu forte (Rá!), agora o Alê pescou umas 04... hummmm...

Quatro piranhas? Precisamos conversar...

Piranhas!!!!

Dia 03
Comunidade São Tomé
Mais uma comunidade ribeirinha. Esta é mais famosa, pois já participou do caldeirão do Hulk e coisa e tal, mas vale a visita. Destaque para o ribeirinho que faz borracha, contador de história, só risadas com ele!


Comunidade São Tomé

A Seringueira

O contador de histórias. Sim, isso que ele está segurando é o que vocês estão pensando!!!

Alimentar o Pirarucu
A madame sonolência aqui dormiu a tarde e perdemos o passeio. Obrigada!

Tribo Indígena
Sou meio traumatizada com essa história de tribo, uma vez na Bahia fui visitar uma e o índio estava no Skype. Ok, nada contra, mas a gente sempre espera ver um índio com milhares de penas, cocar, chocalho e todos os aparatos. Fomos a uma tribo Sataré-Mawé e essa valeu a visita. Além do tour de apresentação da tribo e instalações, eles fizeram uma demonstração do rito de passagem com as formigas tucandeiras. Essa é aquela tradição em que os meninos, quando estão se tornando homens, tem que colocar a mão em uma luva cheia dessa formiga, cuja picada dói horrores. A nossa visita foi a noite, fica o destaque para a iluminação através de fogo e os curumins (hehe) guiando a gente com uma vela na mão (estávamos sem lanterna, lembram-se?)


Ok... não foi o melhor ângulo

Tucandeiras na luva, alguém tem coragem?

Dia 04
Nadar com os botos
E o boto cor-de-rosa existe!!!!! Na Amazônia essa história de boto é meio perigosa, especialmente para mulheres... quando aparecem grávidas dizem que foi o boto... rs. Nadamos com nosso golfinho de água doce, figura mais brasileira. E ele é rosa mesmo!! =)

Olha o boto!!

E depois de tudo isso é hora de pegar o barco e voltar para Manaus... 60km de viagem na água e muita experiência de recordação!

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