Place des Vosges

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sexta-feira, 23 de março de 2012

Hare baba!

Finalmente vai ao ar aquilo que eu tentei postar no dia em que eu descobri que o meu PC havia morrido em Varanasi (chuif... ele continua em coma)!!!
Eu já escrevi sobre o meu passeio no rio Ganges (aqui ó http://www.aviagemcontinua.blogspot.com.br/2012/01/varanasi.html), mas estava faltando a cereja do bolo, o supra sumo, o creme de la creme: a reza no barco! Se vocês não estão entendendo nada, no dia eu também não, foi um daqueles acontecimentos que em um português simples e claro pode ser definido como sorte!
Na véspera do meu passeio pelo rio, durante um ritual hindu, que eu também preciso colocar aqui, a minha guia encontrou um Brâmane (da casta dos sacerdotes) que ela conhecia de outras passagens pela Índia. Papo vai, papo vem, ele ficou todo emocionado e disse que gostaria de nos acompanhar no passeio pelo rio. Claro que concordamos!
No dia seguinte o guia indiano explicou que o brâmane faria um ritual conosco, mas durante todo o passeio nada do homem aparecer. Até que de repente, no Gath mais cheio de todos, lá estava ele.
Namastê!
Daí pra frente eu não sei explicar exatamente o que aconteceu. Ele entrou, saudou a todos e na sequência deu início a uma série de rezas em hindi. Abençoou cada um de nós, individualmente, primeiro com colares de flores, super tradicionais por lá; depois com o pontinho vermelho em nossa testa; e por fim amarrou uma fita no pulso esquerdo, para mulheres, e no direito, para os homens, que segundo o brâmane é uma fitinha para proteção. Aproveitando, aí vai uma explicação que eu estou devendo. Sabem o pontinho vermelho na testa? Ele é colocado depois de ir ao templo ou fazer as orações, para aqueles que tem um pequeno templo em casa, não é um simples ornato não!

A chegada do brâmane
 Pontinho vermelho


Fitinha

Posso não ter entendido uma palavra sequer da reza dele, mas a presença do sacerdote me deu uma sensação imensa de paz, além da emoção e do privilégio de ter recebido a proteção e o contato direto com um legítimo brâmane. Todo esse transe místico que aconteceu no barco só foi quebrado quando ele chegou em mim e, como de praxe naquelas bandas, achou que eu era indiana e morreu de rir quando eu disse que não.

Sr. Sacerdote é verdade, eu não sou indiana!
Carrego a fitinha no meu pulso até hoje, espero que ela dure bastante para me dar bastante luz. Independente disso, a hora que ela se for eu posso ter certeza que algo para sempre ficará: a lembrança de uma experiência única e muito iluminada, o meu contato mais profundo com o hinduismo.
Muita luz para vocês também!

Obrigada Índia por me mostrar um pouco de toda a sua riqueza!

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