Place des Vosges

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domingo, 28 de junho de 2015

What a night in Kyoto!

Alimentação e bebidas, o famoso A&B, ahh... tão falado e comentado em viagens. Nesse aspecto sou um peixe absolutamente e totalmente fora da água. Como já reportei por aqui milhares de vezes, eu NUNCA pesquiso restaurantes dos lugares que vou viajar, mais do que isso, eu jamais planejo minhas viagens de acordo com algum restaurante super bem indicado que eu deva visitar. Nada contra, mas o que ocorre é que o foco da minha viagem é explorar o local conforme bate a vontade, portanto colocar um restaurante obrigatório no meio do circuito é como frustrar o meu roteiro nunca pré-determinado. Se já viajei com alguém que pensa ao contrário? Of course, my horse. Foi demais, nunca comi tão bem! Só que se estou sozinha, não, não pesquiso mesmo... é uma falha, ou uma virtude... anyway...
Era minha segunda temporada de turismo em Kyoto e em uma das noites buscávamos um restaurante de sushi! Vai aqui a ressalva, ou a dica, que diferente dos restaurantes japoneses em SP, lá se você quer sushi, vá a um de sushi; quer yakisoba, vá a um de yakisoba; quer teppan? Restaurante de teppan, e assim vai. Não espere encontrar um local que sirva isso tudo junto e misturado, assim como fazemos por aqui. Lá é cada um na sua especialidade!
Enfim, buscávamos sushi. Perto do nosso hotel, logo na esquina, encontramos um que, embora parecesse algo para agradar os turistas, no caso nós, parecia bem bacana e com peixes frescos. Lá fomos nós!
Os japoneses tem sempre um jeito bacana de facilitar a vida. No quesito gastronômico, a grande inovação é mostrar no cardápio uma foto da comida que você vai pedir. Isso ajuda, opa se não ajuda! Ainda que você pense que sushi seja sushi, como explicar que você quer um atum e não um salmão? Fácil, meus caros, em terras nipônicas, aponte no cardápio a foto do que você quer e é só aguardar!
Só que esse restaurante, especificamente, tinha o lado mais prático ainda: as fotos eram no ipad, você fazia os pedidos pelo ipad e assim a vida funciona de um jeito muito mais fácil ainda e sem mímicas. Viva!
Lá estávamos nós, pedindo, repetindo e experimentando todas as variedades do nosso querido magurô (atum), sem contar as outras variedades de peixes que passavam pela esteira, que de vez em quando arriscávamos, mesmo sem a certeira descrição do cardápio tecnológico.
Dali a pouco, no meio da nossa diversão glutônica e tecnológica, apareceu uma simpática funcionária perguntando se comeríamos de um peixe que o sushiman ia cortar, fresquinho. Nessas horas vale tudo, disse que sim mesmo sem entender direito que peixe seria e quanto isso custaria. Ela ainda enfatizou que o peixe só seria cortado se a grande maioria dos clientes aceitassem.
Eis que então entendi que a maioria aceitou, pois logo me aparece o sushiman com um peixe inteiro no colo. Um peixe GIGANTE! E o bicho se debatia para lá e para cá e todos festejavam, mais peixe rebolando e lá se vai: sushi fresco! Não bastando a pirotecnia, ele deixou o rabo e a cabeça no gelo e foi cortando os sushis fresquinhos para os clientes. A única coisa que pensei foi que isso era um grande salto para uma ex-vegetariana: para o bem, ou para o mal! Não tardou para a nossa porção de peixes chegar e lá fomos nós... com remorso até hoje de ver o bicho morrer assim na minha frente, oh céus! De qualquer forma garanto, se você busca peixe fresco, esse provavelmente é o dos mais fresquinhos que você encontrará!
Magurô!!!
Eu avisei!!

Após o jantar fomos embora com a certeza de uma das experiências mais malucas que já tivemos, e eu com o peso na consciência do pobre bicho lutando pela vida!
Não bastando, no último dia da viagem resolvemos voltar no restaurante. Entendam: nós AMAMOS atum, aliás, no Japão o atum (magurô) é o peixe mais nobre no quesito sushis, e naquele restaurante essa variedade de peixe era farta, fresca e acessível!
Eles logo nos reconheceram e foi uma festa total quando nos viram! Ficaram incrédulos de nos ver de volta! Nos alimentamos, pedimos e conta e enquanto o maridão pagava (hahaha of course, ninguém mandou casar) fui ao W.C. Assim que saí vi que todos os funcionários rodeavam meu marido e me aguardavam, não entendi nada. Me aproximei e vi o Alê com uma garrafa gigante de sake! Eles explicaram que era um presente deles pelo nosso casamento, para curtirmos na lua de mel! Foi um festerê danado. Enquanto eles nos reverenciavam japanese style eu desencanei dessa formalidade toda e já lasquei um abraço na garçonete, que foi se transformando de um rosa salmão a um roxo bizarro e quase saiu correndo! Eita!
Coisas que só acontecem no Japão, com o casal Tavares e em uma lua de mel incrível!!
Caso interesse, nome do restaurante: Chojiro. (Não, não ganhamos e não ganharemos nem um centavo por essa divulgação, assim como qualquer outra indicação nesse blog!)


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